A historia da comunidade começa com a vinda de famílias de vários bairros de Curitiba e cidades do estado do Paraná.
Todos concretizando o sonho de uma moradia própria, mas de que adiantava ter sua própria moradia se ainda a faltava casa de Deus, para que Ele também viesse fazer parte da alegria.
Foi com esta preocupação que um Ministro, foi buscar uma comunidade Católica nas proximidades do loteamento Vitoria Regia, um dia resolveu ir direto do seu trabalho ao Conjunto Vila Verde, pois havia visto uma placa que falava de Reunião dos Alcoólicos Anônimos na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, então foi em busca desta Comunidade, chegando lá, conversou com uma Irmã da Ordem da Divina Providência, seu nome Cleri, a mesma anotou o endereço do Ministro e disse que iria fazer uma visita.
Enquanto a visita não acontecia, as famílias se reuniam para rezar o terço e eis que um dia o ministro foi visitado por três irmãs, seus nomes: Irmã Joana, Irmã Janete e Irmã Isoldi.
A conversa foi rápida, mas o suficiente para dar inicio a uma longa Amizade que perdura até os tempos de hoje! Após a visita das Irmãs da Divina Providencia, o apoio e orientação delas a futura Comunidade estava tomando “corpo”, as famílias foram convidadas através de um pequeno convite fotocopiado e entregue de porta em porta a participarem da Primeira Celebração da Palavra, presidida pela irmã Joana numa garagem da casa de uma família, cuja Matriarca se chama Alice Rodrigues Vieira.
A celebração foi marcada pela presença de várias famílias que até hoje participam e foram mostrando seus dons recebidos colocando-os a serviço da Comunidade, entre tantos dons e experiências destaco: ministros, catequistas, cantores, leitores e não podia faltar Mensageiras de Capelinhas, alias uma das grandes aliadas na construção da historia da comunidade.
O ministro seguindo a orientação das irmãs da Divina Providência, procurou os Freis Capuchinhos responsáveis pela Paróquia Nossa Senhora da Luz, que geograficamente seria responsável pelas comunidades até a região da Vila Verde, chegando a Paróquia o Ministro conversou com o Pároco responsável, na época o Frei Carlos, e este orientou o ministro a conversar com o pároco da Paróquia Sant’Ana, pois nosso loteamento segundo o Frei Carlos estava mais para região da Paróquia Sant’Ana.
O ministro entrou em contato com a Paróquia Sant’Ana e agendou uma visita com o Padre Gilberto no loteamento, para que este conhecesse o loteamento e as famílias que continuavam se reunindo, rezando o terço e participando das celebrações na Comunidade Nossa Senhora de Fátima.
Após a visita do Pe. Gilberto, ficou agendado uma Missa que também foi realizada na garagem da casa da Sra. Alice R. Vieira, que recebia a todos com muito carinho.
Nossa Comunidade ainda não tinha um padroeiro ou padroeira, então o Pe. Gilberto trouxe fichas para realizarmos uma votação na escolha do nome, na primeira apuração houve um empate entre três nomes que eram:
Nossa Sra. de Fátima, Nossa Sra. do Pilar e Nossa Senhora da Paz. Foi necessário realizar uma segunda eleição e então por ação do Espírito Santo, o nome escolhido foi NOSSA SENHORA DA PAZ.
Devido a Paróquia Sant’Ana ter várias comunidades e serem distantes umas das outras, a presença do Pe Gilberto era limitada, pois ele atendia todas sozinho e não havia vigário para ajudá-lo. Nossa comunidade possuía três ministros, mas nenhum estava autorizado a presidir celebrações, e as Irmãs da Divina Providencia, por pertencer à região da Paróquia Nossa Sra. da Luz e estarem sobrecarregadas de seus trabalhos sociais, estavam impossibilitadas de dar continuidade em nossa Comunidade.
Celebrávamos conforme a disponibilidade do Pe. Gilberto, quando ele não podia vir à Comunidade, as famílias iam a Comunidade Nossa Sra. De Fátima até então apenas vizinha.
Nosso local de Celebração havia mudado, pois já não havia tanto espaço na garagem para tantas famílias que participavam, celebrávamos num pequeno barracão cedido gentilmente pelo proprietário até que ele terminasse a construção, carregávamos mesa para fazermos de Altar e algumas famílias traziam cadeiras de casa, os cantos eram os mais conhecidos, fotocopias.
Quando o proprietário terminou a construção, tivemos que mudar de local, pois sabíamos que era temporária nossa estadia, passamos a celebrar num Bosque, onde hoje esta localizada a Escola Estadual Marli Queiroz, as dificuldades pareciam aumentar, mas a vontade de reunir o Povo de Deus e Celebrarmos o Deus Libertador, que tirou o povo hebreu da terra da escravidão e conduziu a uma terra que corre leite e mel, assim também era as famílias que se reuniam escravas do aluguel, vindas do interior do Paraná e das mais longínquas regiões do Brasil.
Era a fome de Deus e de sua Palavra que motivava não mais o primeiro Ministro e sim todos aqueles que abraçaram a Fé em nosso Senhor, fizemos uma pequena pressão no Pe. Gilberto para que houvesse Celebrações todos os Domingos, então ele convidou o Diácono Antonio da Paróquia Nossa Sra. Da Paz, lá do bairro alto Boqueirão, e este prontamente como Maria disse “Eis me aqui Senhor”, então este Irmão vinha celebrar conosco, ministrou alguns batizados e curso de batismo, foi ele que dou a imagem que nossa comunidade POSSUI, esta imagem que é a padroeira de Nossa Comunidade. Ainda assim há uma certa confusão com relação a Imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Paz apareceu em Toledo na Espanha, e segurava na mão um ramo, com a vinda da imagem ao Brasil adotou-se a imagem com uma pomba na mão,pois no Brasil a pomba representa a Paz.
É comum entre nossas Comunidades e até mesmo entre nós confundirmos a padroeira com NOSSA SENHORA RAINHA DA PAZ, que apareceu em Medigore antiga Iugoslávia.
Por isso é oportuno contarmos este detalhe da imagem que para muitos pode ser insiguinificante, mas para quem faz parte da história desde sua fundação é de grande importância, mudar a imagem da padroeira da comunidade ou ate o nome seria o mesmo que mudar a imagem da padroeira do Brasil e seu nome.
Após um curto período conosco o diácono Antonio, voltou as suas atividades na paróquia no Alto Boqueirão, mais uma vez estávamos como ovelhas sem Pastor, o Pe. Gilberto estava novamente sem alguém para ajudá-lo, foi quando venho para a Paróquia Sant’Ana um Diácono que mais tarde seria ordenado padre, seu nome Diácono Moreira, ajudou o Pe. Gilberto na paróquia e em todas as comunidades que faziam parte. Chegado o período da Primeira comunhão em nossa Comunidade o padre Gilberto pediu ajuda aos Freis Capuchinhos e estes prontamente atenderam, a Primeira Comunhão realizada em nossa comunidade foi também na garagem da casa de uma Família Sr Dirceu e Sra Maria, o Frei que ministrou o sacramento foi o Frei Carlinhos que mais tarde venho a ser o próximo Pároco da paróquia Nossa Sra. da Luz.
Após a Primeira Eucaristia, voltamos a ficar sem uma Paróquia, cansados de caminhar sozinhos e sem orientação espiritual, um grupo de lideranças procurou o Bispo responsável pela região, seu nome Dom Sergio, hoje bispo de Ponta Grossa, o bispo orientou-nos a comprar um terreno no nome de algumas famílias de confiança da comunidade, fizemos o convite para que ele viesse conhecer nossa comunidade e para nosso espanto ele prontamente aceitou, voltaria de uma viagem a Roma e Celebraria conosco, uma das grandes alegrias que nossa comunidade teve, uma Santa Missa Presidida pelo Bispo Dom Sergio, numa tarde fria de inverno, mas aquecida pelas palavras santas e uma musica cantada em italiano pelo próprio Bispo.
Após a missa que foi divulgada através de carro de Som, realizamos um café colonial na casa de um dos Ministros, e passamos a celebrar na sua casa, pois podíamos guardar os paramentos litúrgicos e caixas de som em sua casa. O Bispo foi o grande incentivador e doador de uma quantia generosa para a aquisição de um terreno e a construção do espaço físico de nossa comunidade.
Com a compra do primeiro terreno, montamos lona preta e celebrávamos já no terreno da futura casa do Pai, Filho e Espírito Santo, ainda assim faltava-nos uma pertença, continuava-mos como ovelhas sem pastor, porém não deixávamos o desanimo tomar conta, realizamos varias festas, para podermos construir o espaço físico que hoje temos, muitos mutirões e frentes de trabalho sempre impulsionados pela Ação do Espírito Santo, quando o Pe Gilberto havia retomado a aceito a nossa comunidade, mas continuando sem disponibilidade para nós, com a mudança de Pároco na Paróquia Sat’Ana, pois o Pe Gilberto havia sido transferido para a Lapa e quem estava assumindo a Paróquia era o Pe. Aurélio.
O Pe. Aurélio fez uma reunião conosco e perguntou a cada um presente, a qual paróquia queríamos pertencer, então o ministro que havia procurado as irmãs da Divina Providencia manifestou o desejo de pertencer a Paróquia Nossa Sra. Da Luz, por ser mais fácil de participar da reunião paroquial e no fundo pelo Carisma Franciscano. As demais pessoas também manifestaram o desejo de pertencer à paróquia Nossa Sra. Da Luz, então a partir daquela reunião começou a brotar uma certeza que teríamos uma MÃE e deixaríamos de ficar com a AVÓ. O pároco que aceitou ter uma filha caçulinha foi Frei Carlinhos, a qual a comunidade fica eternamente grata por ele e ao Frei Pedro que transparecem tão belamente o carisma Franciscano, estar junto dos Marginalizados e Excluídos.
Nossa comunidade diante de tantas dificuldades enfrentadas toma como lição que: com FÉ, PERSEVERANÇA e deixando que Jesus tome o leme da barca é possível tornar real qualquer sonho.
Atualmente estamos construindo o espaço físico e definitivo de nossa Comunidade, com um salão em baixo e no piso superior a Comunidade com espaço aproximado de 360 m quadrado.
Que Nossa Senhora Paz, leve a Paz a todos os lares de Nossa Paróquia, afaste nossos jovens da violência urbana, vícios e dependências químicas e alcoólicas.
Que Nossa Senhora da Paz, interceda junto ao seu Filho Jesus, derramando SERENIDADE, ENTUSIASMO a cada agente de pastoral de nossa paróquia.
Que Nossa Senhora da Paz, junto com São Francisco fortaleça cada vez mais o Carisma Franciscano em nossos Frades e estes continuem sendo exemplo a cada paroquiano.
Nosso Muito Obrigado!! Paz e Bem! (Autor MESC - Sergio Luiz da Silveira)